22 de dezembro de 2011

NATAL!



Natal!

É Natal...

Sim, dizem que é Natal! Mesa farta, presentes caros, famílias reunidas e um bocado de hipocrisia nas mentes e nos corações...

Vestes luxuosas, a vaidade comendo as vísceras dos seres, que se proclamam humanos, árvores estranhas e iluminadas, e um sem número de pessoas vagando na escuridão...

É verdade, dizem que é Natal!

Vinho entorpecendo consciências, glutonarias tirânicas, como se Roma ressuscitasse a cada ano, e um bando de insanos vomitando a própria infelicidade...

Natal... Ainda assim, dizem que é Natal...

Celebração de egos inflados; da miséria espiritual, que carcome homens e mulheres, e das palavras de mal querer, apodrecidas no coração de todos e prontas para ferir o próximo!

Sim, este é o Natal: o Natal dos que não conhecem as máximas de Jesus, verdadeiramente! O Natal dos desesperados, dos infelizes, dos desgraçados, e daqueles que nunca souberam do real significado do pão e do vinho; do doar-se, do dar sem receber; do amor incondicional!

Este é o Natal dos aflitos, dos necessitados, dos carentes e dos desamparados; daqueles que jamais puderam se sentar à mesa para sentir o sabor do sal ou o gosto do açúcar em suas gargantas devoradas pela fome, que insiste em não morrer, eterna, perseguindo, insaciavelmente, os inocentes no corpo e na alma em toda a Terra!

Sim, este é o Natal dos que não sabem o que é o sorriso, o abraço, o beijo ou o calor do acolhimento, porque o ano inteiro, os filhos legítimos de Deus receberam o pranto, a dor, a rejeição, a discriminação e o frio do abandono dos outros que, arrogantemente, se intitulam cristãos, mas que desconhecem o ato de repartir o pão com aqueles que só vivem das migalhas!

Oh, Deus, olhai por esses anônimos e sofredores porque o reino dos céus a eles pertencem!

Oh, Senhor, olhai por nós, os pecadores, que, inexplicavelmente, cruzamos os braços diante da vegonha que causamos ao próximo!

Que este Natal seja a reverência àquele que se fez carne, nasceu no mais humilde dos lugares e padeceu na cruz por toda a Humanidade!

Que este Natal seja a celebração da comunhão, que eleva os espíritos e mortifica a carne, reunindo em um coro universal a canção do amor - o mais genuíno dos louvores ao Pai, que está nos Céus, entoado pelos homens e pelas mulheres de boa vontade!

Tu já estendeste a mão para alguém que se contorce, diariamente, por causa da fome ou que vive em agonia por não ter uma gota d'água, sequer, para aliviar a sede?

Tu já repartiste, antes da noite de Natal, o alimento espiritual com os miseráveis, que carecem de uma palavra de conforto, afeto e amparo?

Se não o fez, faça! O que tens de fazer, faça logo, antes que a noite te surpreenda, cubra teus olhos e impeça, para sempre, que o amanhã te visites!

Lembre-se de que os maiores desamparados, os pobres de espírito e os verdadeiros desgraçados somos nós, pois somos reféns do nosso próprio egoísmo!

Reparta o que tens com o próximo; abrace um órfão da vida, convide um sem nome e um sem teto para a Ceia que Jesus Cristo nos ensinou!

É tempo de Natal: Natal de todos os dias, Natal da Eternidade!

É tempo de Acolher!

ACOLHEI!



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