22 de fevereiro de 2013

BRASIL: QUAL É A TUA CARA?

 

Todos sabem que a verdade tem vários lados. Se o lado de uma possível verdade emerge sob a luz intensa, outro lado submerge em sombras espessas. Se um lado aparece, outro necessariamente tende a desaparecer. Será isto um fenômeno raro ou uma lei universal imutável? Qualquer que seja a resposta, o fato é que a verdade, mais cedo ou mais tarde, revela a face cruel de uma realidade que mascara outras verdades, sempre ocultadas pelo lado sombrio da força. Isto é assim, sempre foi e tem sido implacavelmente com o Brasil, pois a verdade veiculada nas propagandas oficiais e não - oficiais sobre o país e sua representação no mundo atual mostram uma nação pujante, crescente, soberana e ímpar em um cenário, no qual o poder mundial está fragmentado e outras vozes ascenderam à condição de índices determinantes no que diz respeito aos novos rumos e aos desafios que a esfera global tem pela frente, ao abrigar, ao fim da primeira década do século 21, mais de 7 bilhões de pessoas, espalhadas pelos cinco continentes na Terra. A verdade, desse modo, é envolvida por um medo titânico, que põe a comunidade científica em alerta máximo. 

Há névoas densas em uma paisagem, que parece adormecer a luz em tempos duvidosos! Jedis em tempos pós-cibernéticos não existem; são devaneios de um mundo ideal que existe apenas na imaginação. Alguém duvida disto?



O sorriso sempre fora a saída para tempos nefastos. O humor mais do que negro prepondera sobre a verdade por detrás da verdade, que encanta e ilude o grande público com espetáculos que causam calafrios; e a realidade desnuda é a outra face da Lua, que mortal algum sequer vislumbrou ou descobriu o que existe de fato e de direito no lado soturno do astro enigmático, ao dançar como Salomé no espaço sideral. Esta é a verdade sofrível a desfigurar o país, que pretende   ingressar no grupo das nações consideradas minimamente civilizadas, no mundo globalizado, mas com sinais evidentes de desgastes em todos os segmentos. Em ordem, o sorriso dos inocentes; em desordem, o riso dos desalmados; na contraordem, a gargalhada dos espertos; e na diáspora, a ironia dos hipócritas! É sob esta atmosfera, quase macabra, quase asfixiante, que a linha a divisar o ético do moral é/está, inconfundivelmente, tão tênue quanto a espuma está da bolha de sabão: belas, efêmeras, frágeis e fantasiosas. 

Que verdade é esta, que não resiste ao simples pestanejar do olho do palhaço?



Assim, as autoridades, verdadeiros fantasmas, que afirmam estar do lado da população, mas, que, dissimuladamente, nunca estiveram, vendem uma falsa imagem de um país suntuoso, em todos os aspectos; com um população digna de ser tratada como a própria realeza, mas que, infelizmente, é tratada como bobo da corte. E, para o arrepio dos que conseguem perceber o que está para além da luz noturna, o fato é que na hora de repartir o bolo, o cidadão brasileiro não tem direito às melhores fatias. Cabe-lhes, evidentemente, as migalhas, que lhes parecem, segundo os donos da hora, mais adequadas; um ato de caridade que os ricos podem promover com o suor do próprio trabalhador. Um duplo assalto! Sob o lema "o povo quer pão, o povo quer circo", este Brasil, às avessas, faz de seus concidadãos o verdadeiro espetáculo do horror, onde os vilões não são anônimos, que não é a maioria da população, é claro, mas uma minoria que, engravatada e encravada nos planaltos da vida, decide o pior dos mundos para as gerações futuras; engordando  insaciavelmente suas contas particulares com o sangue de gerações dos milhões de moribundos sem rostos, sem berços; todos filhos da miséria! Sim, definitivamente, o Brasil é o país dos miseráveis: os que dominam e os que são dominados! 

Se tudo no Brasil acaba em samba, se tudo acaba em pizza, na verdade, tudo acaba em poeira desonrada! Seremos todos dalit?



E este país, que tem a síndrome do gigantismo misturada a um adormecimento quase eterno, transmite sensações estranhíssimas aos seus filhos: nasceu para ser grande, mas parece que não quer ser grande; não sabe se é do bem ou se é do mal. Essa indefinição bizarra coloca a nação em uma gangorra que confunde a todos: os brasileiros, os olhares externos e o planeta todo, que não sabe exatamente a que veio a terra dos balangandãs. É neste vendaval de ambiguidades sem fim que as paisagens medonhas multiplicam-se e os males desgraçam uma pátria, que, lamentavelmente, ainda é conhecida na esfera globalizada por ser o país do carnaval, do futebol; do sorriso que esconde todos os tipos de descalabros e das bundas que superabundam o território nacional. Há neste traço grotesco um caricaturismo que esgarça e dilata o sentido de exotismo e que atinge o palato do próprio inferno. Por detrás da cortina de fumaça colorida, paira uma esfera diabólica e exuberante, e que, para a pretensa visão paradisíaca de quem está fora do Brasil, há um outro Brasil: um país esburacado, ensanguentado, homicida, violento, desigual e subdesenvolvido. Aliás, abaixo da linha do Equador, contempla-se uma vastidão de terras que, melancolicamente, une um povo plácido e ingênuo a uma realidade inaceitável, que não é constituída de humanos, mas de seres bestiais, que contaminam a terra com seus desejos mesquinhos, pequenos e autofágicos! 

O heroi sem nenhum caráter descambou para a degenerescência completa. Quem sabe o que é vergonha?



Em mais de meio milênio de existência, desde o descobrimento, instalou-se no país um clima  hediondo de caça franca e aberta aos inimigos. De um lado: a classe dominante - individualista, perniciosa e horripilante; do outro lado: o povo - pobres, humilhados e, literalmente, lascados. A realidade social nunca sofreu transformações. Ao contrário, agravou, ainda mais, a situação dos desdentados e banguelas! Sim, por que o maior país da América do Sul não tem molares, pré-molares e outros parentes para mostrar o sorriso que afere a saúde de seus cidadãos. Por outra via, tem-se aqui uma horda de doentes e analfabetos funcionais; pessoas que sobrevivem ao assistencialismo e ao paternalismo maléfico do Estado. Cidadães que juram de pés juntos, que suas sortes foram determinadas por Deus, tão somente por Deus. E quem disse que Deus quer ver seus filhos em estado de penúria eterna? Os que sobram e os que estão do outro lado da mesa, em meio a farturas e vivendo verdadeiros céus de brigadeiros, em verdade, são criaturas doutro mundo; pragas resistentes a tudo; alienígenas repulsivos, que sacrificam o próximo para manterem seus luxos, suas vaidades e seus dividendos às custas não do suor de escravos, mas de sangue de almas, que não têm direito à voz, à lágrima e ao descanso; mas que têm (devem ter) a obrigação de permanecerem mudas e em estado de sentinela, caso não queiram ouvir o som e o estalar da chibata sobre seu lombos. Aliás, a escravidão no país do futuro não acabou! Este parece ser o Brasil dos mais espertos, que enterram humanos vivos e matam todos os direitos dos sem nome.

Aliens e predadores existem para perseguir e matar e não para salvar ninguém! A Vida imita a Arte!



Nos olhares das gentes que massificam o território brasileiro e que, miscigenados, formam a grande maioria - manipulados, vilipendiados, assaltados, lesados e desrespeitados - há uma profunda e inacreditável inocência, que entorpece suas mentes e mergulha suas almas em um tempo descolado da realidade em que vivem; ou melhor, sobrevivem. Anestesiados, levantam pelas madrugadas, em noites mal dormidas, vivendo com sirenes grudadas nos ouvidos para não perderem a hora do ônibus, do trem, sempre abarrotados de pessoas, após terem feito a primeira refeição do dia (isso, quando têm, efetivamente, algo para comer, é claro!). Todos correm contra o tempo para receberem,  depois de 30 dias de trabalho, algo fabuloso chamado salário. E o que é o salário no Brasil? Pode ser tudo, menos ganho real para o trabalhador porque, no final das contas,  o trabalhador é o grande escravo nos tempos do capitalismo predatório. Ao enriquecer bolsos, contas bancárias, aplicações financeiras de grande vulto, papeis monetários, de uma minoria sem face, blindada por sistemas de segurança máxima, o servo  devolve tudo àquele, que lhe estendeu a mão, não para retirá-lo da vida estropiada, marcada pela escassez, mas para arrancar da pobre vítima, refém de uma estrutura perversa, todos os seus bens, sobretudo seus valores e seus direitos, que deveriam ser inalienáveis, como prega a Carta Magna, reconhecidamente a mais avançada e moderna do planeta, porém utópica, impraticável e desrespeitada! No cotidiano insólito das massas, o cidadão perde a paz, a dignidade, o futuro, os sonhos e, no fim, a própria vida. Não há pessimismo no Brasil; há, sim, uma confusão de otimismo exacerbado com canibalismo desenfreado. 

A propósito, uma certa compositora da MPB indagou: vamos comer Caetano?



O Brasil caminha para trás, a passos largos! Uma ideia mais do que falseada transforma o país dos lixões, midiaticamente, no mais paradisíaco dos lugares no planeta enquanto, sob a máscara de um pierrot apaixonado, a realidade aparece vestida de trapos, sedenta como um deserto infinito e faminta como um carcará em pleno céu escaldante´, no árido sertão brasileiro. Nas selvas de pedra, que são as conturbadas capitais das metrópoles brasileiras, um ar deteriorado a exalar o odor insuportável dos esgotos a céu aberto, misturado à violência urbana, cada vez mais crescente, seja no perímetro urbano, seja nas apinhadas comunidades - filhas legítimas de uma riqueza sanguinária, que suga o bonus life de seus filhos como num jogo de horror, onde para sobreviver é necessário matar o outro. A nossa sociedade é assim: uma cópia degenerada do mundo civilizado camuflando feito camaleão a verdadeira barbárie, que se enraizou nos lares, nos quais a violência doméstica faz parte do cardápio das famílias brasileiras, as crianças foram transformadas em iguarias apetitosas, sob o véu imundo da pedofilia, os adolescentes tornaram-se filhos do crack, os nossos idosos, que deveriam estar gozando da feliz idade, padecem  nas mãos de algozes fantasiados de cuidadores, e as mulheres, donas de casa, que não fazem parte da cadeia econômica ativa, sofrem todos os tipos de agressões por parte de seus maridos. Nas escolas, a palavra de ordem é bullying! Que tal constranger o próximo até levá-lo à depressão, e, em muitos casos, ao suicídio? A onda de execução em massa, em lugares públicos, pelas mãos de psicopatas, ou melhor, para atualizar a classificação, os antissociais, atravessou o continente para integrar o painel da anarquia generalizada, que é a segurança pública no país. 

Os EUA são aqui e Brasil se escreve com Z. 



O mundo, que é dominado por gerações seriadas e determinadas pelas letras - X, Y e Z - é invadido pelos games, e que, para o desespero de pais, professores, especialistas em educação, psicólogos, religiosos e afins, e até autoridades públicas, têm determinado o motor da realidade nos dias atuais. O realismo sangrento dos jogos de vida e morte nada mais é do que o reflexo do mundo real, que saltou para as telas dos computadores, que se conectaram em lares e redes para celebrarem a linguagem violenta do Mate para não morrer! Em princípio, os criadores dos jogos, em que assassinos e suas vítimas, qualquer que seja o pano de fundo, foram acusados de incitadores da violência extremada; hoje, os pais dos jogos mortais geraram uma legião de strikers e todos os seguidores desses tipos de games contabilizam, com prazer, o número recorde de homicídios virtuais praticados na rede mundial de computadores. No entanto, a tela dos personal computers traduzem a realidade que desgraça o planeta. O ato de matar, cultuado em milhões de residências ditas normais, sai da realidade virtual para materializar-se no mundo real, onde a paz fora sepultada há muito tempo! Há um discurso marcado pela hipocrisia, cuja premissa é de que as políticas públicas, em todo mundo, erradicarão tais males. Entretanto, cumpre lembrar que as causas nunca são eliminadas e, sim, as consequências; e o Brasil, que não poderia ser diferente, está inserido nesta realidade abominável! Não há empregos para uma grande parte da população; uma parcela considerável da sociedade não tem acesso à saúde; muitos cumprem seus deveres, mas não têm seus direitos reconhecidos; outros não têm moradia e muito menos educação. A pergunta é: quem viola mais o brasileiro, o Estado ou um assaltante, de altíssima periculosidade? A vida, no país, há muito, caiu no campo das banalidades e os crimes torpes multiplicam-se, assustadoramente, colocando em xeque não mais as instituições estatais, mas os que gerenciam um sistema anacrônico, inoperante e ineficiente. A Morte é uma indústria e, como tal, movimenta uma cadeia gigantesca de produtos e subprodutos, diretos e indiretos, cujo lucro é astronômico. A vida ante o capitalismo predatório, versão atualizada do capitalismo selvagem Made in USA e exportado para o resto do mundo, não tem qualquer valor; ao contrário, gera um enorme prejuízo! A tal ordem positivista é pervertida e o lema, por conseguinte, é: "vem, vamos embora, que esperar não é fazer, quem sabe faz a hora, não espera acontecer...!" 


Será que os filhos da internet sabem a que canção emblemática pertencem os versos supracitados?



Sobre os céus de Brasília paira um ar nebuloso e carregado da corrupção, que torna o Brasil um país ímpar no mundo. Sim, paira sobre os céus da nação considerada o celeiro do mundo, no cenário de crise econômica mundial, um realismo nada otimista e que ultrapassa a linha do pessimismo! A cara da nação desmascarada mostra o lado terrífico de suas gentes eliminadas por execuções nas metrópoles, nas comunidades, nas ruas, em todos os lugares, pelo crime organizado; além de crimes de outra grandeza como estelionato, lavagem de dinheiro, tráfico de influências, desvio de verbas públicas e corrosão dos aparatos, que sustentam o poder público, através das instituições democráticas, onde, paradoxalmente, a palavra de ordem é engessamento. Engessamento da máquina complexa e gigantesca, que é o Estado, com seu modelo social, e que o país, de forma desordenada, construiu sua breve estória como nação civilizada. A fórmula falhou e o estado brasileiro, sistemicamente, assiste à própria falência. O desastre é claro e iminente como um avião em queda livre sem direito a sobreviventes ou qualquer coisa que o valha! O gigante adormecido morre antes mesmo de despertar. Mas, que síndrome é esta? A patologia coletiva do mau caratismo, que, perfidamente, modelou o imaginário torpe de um povo, que se acostumou a viver no famoso "jeitinho brasileiro"ou a hedionda Lei de Gérson, que, em verdade, é uma releitura da década de 70? Ou  será, ainda, uma reedição do modus vivendi, que perseguiu a terra brasilis, desde a sua ignóbil colonização pelos portugueses e toda sua corja predatória, que atracou no paraíso verde, abrindo alas para outras nações abutres virem aqui para abocanharem as riquezas e destruírem o paraíso nos trópicos? O tempo sempre fora de extermínio e nada parece ter mudado, em pouco mais de 500 anos, quando se constata o paquiderme, que é o estado brasileiro, e o clientelismo, que se transformou num câncer crônico, atingindo toda sociedade. Nenhuma individualidade está excluída deste painel decadente. Não há projetos para o futuro; não há amanhãs, mas, antes, a lei do mais forte, que, infelizmente, sempre esteve do lado das velhas raposas, que sempre comandaram, com mãos de ferro, a nau desgovernada que é o Brasil. O que há, em análise final, é uma projeção de uma realidade que poderia ser, mas que nunca foi e parece estar fadada a não ser, também; um bom argumento folhetinesco para uma verdadeira balada do amor inacabado! Uma ilusão de ótica: um grande oásis para atrair os forasteiros vindos de todos os lugares do planeta e para deles serem tiradas todas as vantagens. A terra é de assalto; o verbo é vilipendiar e as leis, que são pétreas, só no papel, transformaram-se em obra de ficção aberta. O país está condenado a não ter futuro e o caos está instalado. É tempo de exterminar o que há de vir porque o passado é pó; e sobre a lembrança, mais do que saudosista, um gosto amargo do sonho que jamais se concretizou. Natimorto, o desejo de ser algo, razoavelmente medíocre, na aldeia global, tornou-se um pesadelo dos últimos dias. Todo brasileiro, ao nascer, já tem uma dívida a pagar antes mesmo de ter nome; todo brasileiro, ao vislumbrar a luz no mundo, traz consigo um Fred Krueger que o atormentará até sabe Deus quando! 

Na grande Avenida Brasil, o que é melhor: ser Nina ou ser Carminha?


T

A revista britânica The Economist, em 2009, repercutiu, com propriedade, a onda verde amarela, que tomou conta do cenário mundial, quando o Brasil roubou a cena por seu desempenho econômico e seu crescimento baseado em políticas públicas, sérias, e instituições fortalecidas pelo ambiente democrático, tornando-se, por conseguinte, capa da famosa publicação com a célebre frase Brazil takes off! (para quem não sabe o idioma de Shakespeare, a tradução é "O Brasil decola!"). Em 2010, o presidente Lula, em virtude dos bons ventos da economia brasileira e dos avanços feitos pelo país, recebeu o prêmio Estadista Global, alçando a condição de personalidade principal do Fórum Econômico Mundial, com sede na Suíça - Davos -, ao discursar para os emergentes do BRICS e para as nações desenvolvidas; e registrar, com contundência, que era possível reduzir a pobreza a níveis baixíssimos, além da divisão de riqueza sem comprometer o crescimento do Estado. Em uma das reuniões mais importantes do G-20, em Londres, o então presidente, foi aplaudido de pé e reconhecido como "o cara" pelo presidente estadunidense, Barack Obama. Desse modo, Luíz Inácio Lula da Silva, definitivamente, fez história, pois o Brasil, até então, considerado um país de segunda classe, deixava de ser a "república das bananas" para ser uma potência determinada a decidir, ao lado dos países ricos, o destino da Humanidade, em tempos em que o poder não era mais bipolar, mas apolar. No entanto, os anos que pareciam dourados reluziram como lata diante dos holofotes e não como ouro, como era de se esperar. A bola da vez despencou e um certo pessimismo atingiu o marketing, que projetou o Brasil em um painel de ascensão próspera e contínua. Por um lado, o país foi surpreendido com a terrífica crise econômica, que varreu a Europa e os EUA, simultaneamente, desde o ano de 2008; por outro lado, o país tropeçou nas próprias pernas de gigante bêbado por não conseguir resolver problemas domésticos, estruturais, angariando, consequentemente, uma certa decepção de muitos investidores estrangeiros, além de críticas vorazes vindas de economistas de renome, no Brasil e no resto do mundo. Tais problemas são verdadeiros gargalos e entraves para que o país dê o salto qualitativo, que tanto espera a comunidade internacional bem como os próprios brasileiros, que sempre sonharam com um crescimento sólido e saudável, em todos os segmentos da sociedade. Sonhos que sempre estiveram distante da realidade atual e que, pela primeira vez, pareciam lograr êxito para quase 200 milhões de brasileiros. Obstáculos que estão em todas as áreas: logística, rodovias para escoamento da produção, capacidade para exportar mais produtos com valores agregados, modernização do parque elétrico nacional e políticas consistentes para a matriz energética, melhoria na educação, em todos os níveis, distribuição de renda mais justa, reformas no campo tributário e no campo político, controle das contas públicas, com vias a sanar o déficit do Estado, diminuição da dívida interna, melhoria no uso das riquezas nacionais - vide o pré-sal -, controle permanente da inflação e redução do custo Brasil para atração de investimentos externos, dentre outros. Assim, a solução de tais problemas pode revelar ao mundo a verdadeira cara do país. Uma nação que se remodela a partir não da atualidade dantesca, que, lamentavelmente, tem acirrado o grande fosso, que separa pobres de ricos, aumentando, ainda mais, as injustiças sociais, em todos os aspectos, mas da esperança, cuja força deve ser o motor principal de algo que ultrapassa o sentido filosófico e ético do que se compreende efetivamente por cidadania. A consciência de cada brasileiro, de cada brasileira, que pode e deve promover a grande transformação, na hora mais cara e mais essencial para a vida e para a real mudança dos rumos de uma nação, que se projeta para ocupar um lugar de destaque e respeitabilidade ao lado das nações desenvolvidas do planeta: o voto político. A escolha daqueles que representam, periodicamente, o povo nos níveis municipal, estadual e federal, respectivamente, e a figura central neste processo: a escolha do presidente ou da presidenta da república, pois, atualmente, o país está nas mãos, pela primeira vez, na história do Brasil, de uma mulher, com um passado de lutas contra a ditadura militar, e que, ironicamente, a perseguiu, quase banindo-a do estado brasileiro: a Exma. Presidenta da República Dilma Rousseff, uma ex - guerrilheira. No embate entre aqueles que tentam emperrar esta locomotiva, que é o Brasil, mantendo o status quo, para privilegiar uma minoria, que nunca amou esta pátria, assaltando o erário, comandando quadrilhas para sangrar todas as nossas riquezas, sendo, portanto, premiados com a impunidade, dentre outros; e aqueles que compreenderam que as velhas práticas, que vão do clientelismo à corrupção; dos favorecimentos e do tráfico de influências e, sobretudo, do desrespeito às leis, que são feitas para proteger e enriquecer a matilha de lobos, no cenário político nacional, enlameando os valores éticos e morais, etc, aquelas, sim, devem ser abandonadas, erradicadas; vencidas, para o bem - estar comum e para a sobrevivência plena da cidadania.


Algum túnel foi construído para que a luz dê o sinal de dias melhores na nação dos alagados?


Em meio às vilanias e às mazelas, que parecem determinar o destino de uma nação, que mal consegue enxergar uma luz no fim do túnel, há um outro Brasil, que resiste a todos os golpes e ultrajes, que tentam tirar a dignidade, o sono e paz dos brasileiros. No país dos miseráveis (não aqueles, que são marginalizados por estarem na linha da pobreza, mas os débeis de espírito, que assombram, por serem almas podres, contaminando e desconstruindo um projeto possível, belo e promissor de nação) graças aos anônimos, que todos os dias, amontoam-se nos mal fadados transportes urbanos,  aos desprivilegiados, economicamente, que engrossam as filas dos hospitais à beira da morte - pessoas e instituições - frise-se bem -, aos famintos, que mal conseguem comprar uma cesta básica, cujos salários, sempre minguados, desaparecem antes do término do mês, e aos que, desgraçadamente são filhos das balas perdidas nas grandes metrópoles, para o bem dos compatriotas desprezados e discriminados por uma elite estúpida e animalesca; há, com certeza, um fio de esperança, que, se não evaporar antes do tempo, pode, sem dúvida, derramar águas e mais águas advindas de uma corrente represada para, finalmente, promover uma grande transformação, senão um milagre neste país, cuja riqueza não se limita apenas aos recursos naturais que a nação dispõe, mas, essencialmente, à capacidade de cada brasileiro de se reinventar diante das dificuldades do cotidiano! Não o fantasioso milagre econômico brasileiro da década de 70, no século passado, mas um milagre genuíno, que, definitivamente, seja capaz de incluir os apartados no processo civilizatório, dando voz, dignidade e igualdade a todos que nunca puderam ter seus direitos respeitados! No entanto, todos se deparam, ainda, com sorrisos amarelos, faces corrompidas por maquiagens pasteurizadas e fétidas, e uma realidade escamoteada por tudo aquilo que não é, nunca foi e que, talvez, um dia, será. Será? 

A quem caberá, então, a mudança? Aos heróis de carne e osso, que dão a face todos os dias para apanhar, andando sobre o fio mortal da navalha, ou àqueles que se mascaram eternamente, prometendo paraísos encantados como se o sangue de inocentes não escorressem pelas paredes, silenciando as vozes dos verdadeiros filhos da pátria, que têm face, corpo, alma e coração? 



Brasil, qual é a tua verdadeira cara: a de mocinho ou a de bandido?

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